terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reincidência


Eis que surge essa maçante economia de gestos
Frases não ditas, palavras filtradas, silêncio a gritar
Barreiras erguidas com a imensidão de grandes fronteiras
E com a rapidez de pensamentos ao se acordar

As idéias não se organizam, formando um enorme carretel emaranhado
Talvez por terem sido formadas em torpor
Ou por capricho da grande duvida que paira no ar
Com a graça de um abutre, mas com a leveza de um beija-flor

De certo é que se sente capaz de parar um trem com uma mão
Apenas para se ver brotar um sorriso largo e doce
E então os olhos brilham e tremulam marejados
Como se rosa regada de orvalho fosse

E já não importa o que foi certo, errado, inesperado
Tampouco o que não tem definição, nem se define e nem se quer definir
Agora é juntar os cacos da esfera, fazer a mala
Juntar roupa, fazer a trouxa, andar, sonhar e partir


Marccio Santos Poetastro