quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lascívia latente


O beijo não dado, o beijo negado, é ser invertebrado
Seca o copo, a boca e a alma
É a desilusão mais sem calma e menos sonora
É a boca quebrada e desejo rachado

Mas o desejo rachado não deixa de ter sua existência
Ele sossega ou aflita na calmaria da vontade e do não se ter
Porém com rédeas, com freios que antes inexistiam
E que agora dominam, tentam dominar esse ímpeto do se querer

O pulsar automaticamente é diminuído
Numa freqüência onde apenas lateja a saudade
Tudo aquilo que se quis agora sopram em brisas leves
Que refrescam, mas que nunca mais se tornarão tempestades

Marccio Santos Poetastro