quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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E essa chama que nasce do nada
Que desponta no coração por força do desejo
Esse querer que surge e ressurge a cada amanhecer
E se fortalece mais ainda ao cair da noite

Essa angustia pela poesia não vivida
Pelo abraço ainda verde
Pelo beijo ainda não selado
E pelo amor que se engatinha

Esse medo devorador de estar só
De se perder o que nunca se teve
Como se fora um engano do destino
Ou zombaria da predestinação

Essa torturante saudade amargando na boca
Somado a essa sequidão de saliva
Esse engolido seco e vazio
Por esse temor do não ter volta

Essa poesia que nasceu pra morrer
Que acredita que o amor reinará
Que deseja perdão e sentimento
E que nunca deveria ter sido escrita...

Marccio Santos Poetastro